Cacique da aldeia Wazare é condenado por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023
Publicado em
13 de agosto de 2025
por
Redação
Rony Walter Azonianyc Paresi, cacique da aldeia Wazare, localizada na Terra Indígena Utiariti, entre Campo Novo e Sapezal, no interior de Mato Grosso, foi condenado pela prática de crimes relacionados aos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. A decisão foi proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Paresi foi condenado a um ano de reclusão pelo crime de associação criminosa (artigo 288 do Código Penal), mas a pena foi substituída por prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, totalizando 225 horas, a serem cumpridas até 30 horas mensais em local definido pela Justiça.
Entre as restrições impostas, o cacique deverá participar presencialmente de curso do Ministério Público Federal sobre “Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado”, com carga horária de 12 horas distribuídas em quatro módulos. Ele também está proibido de se ausentar da comarca sem autorização judicial e de utilizar redes sociais, sob pena de revogação do benefício.
Além disso, Paresi foi condenado ao pagamento de R$ 30 mil a título de indenização por danos morais coletivos, valor a ser revertido solidariamente com outros réus. A decisão também determinou a revogação do registro e porte de arma de fogo em seu nome e aplicou multa de 20 dias-multa, calculada com base em 1/30 do salário mínimo vigente à época dos fatos.
A sessão virtual que resultou na condenação ocorreu entre 27 de junho e 5 de agosto de 2025.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou que o X (antigo Twitter) remova uma publicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em que ele associa falsamente o Partido dos Trabalhadores (PT) ao tráfico de drogas, chamando a legenda de “Partido dos Traficantes”.
A plataforma de Elon Musk tem até 48 horas, a partir da notificação, para apagar o conteúdo. Segundo o juiz Wagner Pessoa Vieira, a imunidade parlamentar não se estende às redes sociais e não ampara publicações que contenham falsas imputações.
“A publicação de informações falsas, imputando aos apelantes apoio a grupo criminoso, configura dano moral, pois atinge diretamente sua honra e imagem. A gravidade aumenta porque os apelados são figuras públicas com grande alcance midiático”, afirmou o magistrado.
PT aciona Justiça contra parlamentares bolsonaristas
A decisão ocorre no mesmo contexto em que o PT moveu uma ação judicial contra Nikolas Ferreira, Bia Kicis (PL-DF), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e outros deputados bolsonaristas. O partido pede indenização de R$ 40 mil de cada um e a remoção de postagens que utilizam o termo “PT, Partido dos Traficantes”.
De acordo com o partido, as publicações começaram após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, e tiveram o objetivo de “difamar e degradar a imagem pública do PT”, associando-o de forma mentirosa ao crime organizado.
Também são citados no processo os parlamentares Gustavo Gayer (PL-GO) e Carlos Jordy (PL-RJ), que replicaram mensagens semelhantes.
O juiz plantonista Tiago Fontes Moretto, porém, negou o pedido liminar no último sábado (1º), entendendo que não havia urgência para a remoção imediata. O caso segue em análise pelo TJDFT.
Na semana anterior, Nikolas se envolveu em outra polêmica ao reagir agressivamente a uma internauta que mencionou o caso de seu primo, Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, preso por tráfico de drogas. A mulher comparou a prisão do parente com a defesa que o deputado faz de execuções sumárias em operações policiais.
Nikolas respondeu com insultos e justificou que o primo “não recebeu a polícia com tiros, barricadas e drones com bomba”, além de atacar a internauta com ofensas misóginas.
Usuários também relembraram que, em 2022, o deputado defendeu o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que trocou tiros com a Polícia Federal ao resistir a uma ordem de prisão. Na época, Nikolas minimizou o caso e afirmou que Jefferson deveria responder apenas por difamação, e não ser preso.
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