PGR rejeita pedido de prisão de Eduardo Bolsonaro e diz que deputados não têm legitimidade para acionar STF
Publicado em
15 de outubro de 2025
por
Redação
Em meio ao acirramento das disputas políticas entre aliados e opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, voltou a se posicionar sobre um dos casos mais delicados em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta terça-feira (14), Gonet encaminhou um parecer ao Supremo no qual rejeita o pedido de prisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), feito pelos parlamentares Lindbergh Farias (PT-RJ) e Talíria Petrone (PSOL-RJ).
Segundo o chefe do Ministério Público Federal, os autores da solicitação não têm legitimidade processual para requerer a prisão do parlamentar, já que não fazem parte do processo em nenhuma condição jurídica.
A manifestação da PGR ocorre em meio ao crescente clima de tensão política no Congresso Nacional, onde a atuação de Eduardo Bolsonaro tem sido alvo de críticas por declarações polêmicas e pela aproximação com setores considerados radicais.
O parecer de Gonet representa um freio às tentativas de judicialização entre parlamentares de campos opostos e reforça os limites legais para a atuação de terceiros em processos penais. O caso agora segue sob avaliação do Supremo Tribunal Federal.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou que o X (antigo Twitter) remova uma publicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em que ele associa falsamente o Partido dos Trabalhadores (PT) ao tráfico de drogas, chamando a legenda de “Partido dos Traficantes”.
A plataforma de Elon Musk tem até 48 horas, a partir da notificação, para apagar o conteúdo. Segundo o juiz Wagner Pessoa Vieira, a imunidade parlamentar não se estende às redes sociais e não ampara publicações que contenham falsas imputações.
“A publicação de informações falsas, imputando aos apelantes apoio a grupo criminoso, configura dano moral, pois atinge diretamente sua honra e imagem. A gravidade aumenta porque os apelados são figuras públicas com grande alcance midiático”, afirmou o magistrado.
PT aciona Justiça contra parlamentares bolsonaristas
A decisão ocorre no mesmo contexto em que o PT moveu uma ação judicial contra Nikolas Ferreira, Bia Kicis (PL-DF), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e outros deputados bolsonaristas. O partido pede indenização de R$ 40 mil de cada um e a remoção de postagens que utilizam o termo “PT, Partido dos Traficantes”.
De acordo com o partido, as publicações começaram após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, e tiveram o objetivo de “difamar e degradar a imagem pública do PT”, associando-o de forma mentirosa ao crime organizado.
Também são citados no processo os parlamentares Gustavo Gayer (PL-GO) e Carlos Jordy (PL-RJ), que replicaram mensagens semelhantes.
O juiz plantonista Tiago Fontes Moretto, porém, negou o pedido liminar no último sábado (1º), entendendo que não havia urgência para a remoção imediata. O caso segue em análise pelo TJDFT.
Na semana anterior, Nikolas se envolveu em outra polêmica ao reagir agressivamente a uma internauta que mencionou o caso de seu primo, Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, preso por tráfico de drogas. A mulher comparou a prisão do parente com a defesa que o deputado faz de execuções sumárias em operações policiais.
Nikolas respondeu com insultos e justificou que o primo “não recebeu a polícia com tiros, barricadas e drones com bomba”, além de atacar a internauta com ofensas misóginas.
Usuários também relembraram que, em 2022, o deputado defendeu o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que trocou tiros com a Polícia Federal ao resistir a uma ordem de prisão. Na época, Nikolas minimizou o caso e afirmou que Jefferson deveria responder apenas por difamação, e não ser preso.
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