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Gonçalo, o Saíto: imortal amor

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Na data de hoje, Academia Mato-Grossense de Letras terá mais um imortal

Excepcionalmente, leitoras e leitores, na presente semana, a pauta feminista não será tratada, como de costume. Na data de hoje, 07 de outubro do corrente ano, a Academia Mato-Grossense de Letras contará com mais um imortal: Gonçalo Antunes de Barros Neto, o Saíto. Ocupará a cadeira de nº 7, que teve como o último ocupante o poeta Ivens Cuiabano Scaff.

 

Para quem conhece o nosso Saíto na intimidade, bem sabe que essa era uma vontade acalentada pelo sonho. Quando o conheci, bastante jovem, era perceptível o amor pelas letras. Saíto, mesmo um jovem adulto, se destacava em rodas de conversas com pessoas de diferentes idades. O seu conhecimento vasto fez a diferença inúmeras vezes.

 

Na época de concurseiro, tendo que se destacar no direito, ainda assim a literatura ditava as vezes, quando a tinha como “carta guardada nas mangas”, para o seu descanso. A filosofia, um de seus amores, desfilava e desfila em jogos de palavras e ideias, como ele diz: a explicar muitas coisas mundanas. A sociologia, de outro lado, tem ocupação especial, porquanto analisar a sociedade e o respectivo comportamento humano são motores que o fazem permanecer por horas e horas a contemplar a forma como as pessoas costumam se comportar socialmente.

 

A Magistratura, em alguns momentos para ele, se uniu à literatura, o que foi visível em decisões e sentenças proferidas em versos. A bem da verdade, em suas palavras, para se exercer uma profissão que tanto reflexo apresenta para a sociedade, é premente que esteja conectada a outras áreas de atuação.

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Saíto, apesar das muitas ocupações, exerce com maestria a paternidade. Conhece a fundo as suas filhotas e filhote, como ele costuma dizer. O pai das muitas “palestrinhas” como elas e ele dizem brincando, tem no horário do cafezinho, o momento de se desmanchar em carinho inigualável aos seus.

Sim, o nosso Imortal é de extrema sensibilidade! Vivemos um casamento como poucos… O carinho e amor são permeados pela constante e intermitente veia amorosa guardada e semeada a quatro mãos. Vivemos o carinho das cartinhas, bilhetes, flores, bombons e cafés da manhã. Costumamos sentar, de mãos dadas, cada qual com a sua leitura diária, antes do sono noturno. Maria de Arruda Müller, ao finalizar o poema Cromo, dedicado ao seu amado Julio, é precisa quanto ao amor: “Vésper, ainda sozinha, estadeia/ O sol descai: rápido ele vai…/ Para trás da colina, na outra margem, / Doce, áureo-rosa miragem/ De um bem querer que não se esvai.”

Saíto é escritor, poeta, historiador e entrevistador, guardando semelhanças com o patrono e demais ocupantes da Cadeira 7. O patrono, Cônego José da Silva Guimarães, além de promover a história investiu na educação, nas oportunidades em que assumiu a presidência da província de Mato Grosso. O primeiro ocupante, Manoel Xavier Paes Barreto, além de outras ocupações, foi magistrado no Espírito Santo. A segunda ocupante foi Maria de Arruda Müller, uma das primeiras mulheres em tão honroso lugar para as letras, poeta, e muito à frente do seu tempo. Já o terceiro ocupante, Ivens Cuiabano Scaff, conversava com a sensibilidade poética a explanando em seus versos. É de Scaff o poema “Clipoema I”: “A primeira impressão que tive de ti/ foi de uma flor/  que encontrasse pelo caminho/ olhasse, cheirasse, florisse/ e mais feliz partisse/ A segunda vez que te vi/ foi como chegar a um regato/ da Chapada, de águas geladas/ onde lavasse o rosto afogueado/ de longas caminhadas/ A impressão seguinte/ já foi de um rio/ de verdes águas escuras/ onde eu me deixasse levar/ numa canoa segura/ Para tão longe estou indo/ Que farei quando chegar ao mar?”.

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Saíto, meu querido, o artigo semanal é para ti! Deixo-lhe Fernando Pessoa, em “Presságio”: “O AMOR, quando se revela, / Não se sabe revelar./ Sabe bem olhar p’ra ela,/ Mas não lhe sabe falar.”

Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT.

FONTE: SITE MIDIANEWS

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Mais três juízes de MT receberão R$ 16,9 milhões de retroativo

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Mais três juízes de Mato Grosso terão direito ao recebimento de valores retroativos referentes ao período em que permaneceram afastados dos cargos no caso conhecido como “Escândalo da Maçonaria”.

O pagamento foi homologado pelo juiz Paulo Márcio Soares de Carvalho, da 4ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, e publicado na quarta-feira (15).

O juiz Antônio Horácio da Silva Neto receberá R$ 7.519.696,43. Já Marcos Aurélio dos Reis Ferreira terá direito a R$ 4.707.215,12. E a juíza Maria Cristina de Oliveira Simões receberá R$ 4.676.407,55. A soma totaliza mais de R$ 16,9 milhões.

 

Na terça-feira (14), o juiz também autorizou o pagamento de R$ 5,7 milhões a Juanita Cruz da Silva Clait Duarte.

As decisões seguem uma sentença do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2022 garantiu a reintegração do magistrados ao cargo e o pagamento das diferenças remuneratórias.

Eles haviam sido condenados à aposentadoria compulsória pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2010, sob a alegação de envolvimento no desvio de 1,7 milhão dos cofres do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, através de verbas indenizatórias atrasadas e que teriam sido destinadas a uma cooperativa ligada à Maçonaria.

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Após 12 anos de afastamento, o STF considerou a punição desproporcional e anulou a decisão do CNJ.

 

O STF destacou, entre outros fatores, que os valores recebidos pelos magistrados à época eram considerados legítimos. Também foi levado em conta que alguns não chegaram a ser denunciados na esfera penal.

 

O “Escândalo da Maçonaria” 

 

Ao todo, sete juízes e três desembargadores de Mato Grosso foram condenados à aposentadoria compulsória pelo CNJ sob a acusação de desvio de dinheiro público.

 

São eles: desembargadores Tadeu Cury, José Ferreira Leite e Mariano Travassos, além dos juízes Marcelo Souza de Barros, Irênio Lima Fernandes, Marco Aurélio dos Reis Ferreira, Juanita Clait Duarte, Maria Cristina de Oliveira Simões e Graciema Ribeiro de Caravellas.

 

O caso teve início quando a potência maçônica Grande Oriente do Estado de Mato Grosso, presidida pelo desembargador José Ferreira Leite, criou uma cooperativa de crédito. A instituição financeira, no entanto, sofreu um desfalque de R$ 1,7 milhão.

 

Segundo as investigações, uma forma de cobrir o rombo teria sido o pagamento de verbas indenizatórias atrasadas para juízes que se comprometiam a repassar parte para a cooperativa.

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A descoberta do suposto esquema ocorreu em 2010 após uma auditoria interna contratada pelo Tribunal durante a gestão do desembargador aposentado Paulo Lessa e do então corregedor-geral da Justiça, Orlando Perri.

 

FONTE: MIDIA NEWS

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