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Protagonismo feminino no agro: 3º Tour Agroligadas reúne 60 mulheres do setor em Brasília

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Brasília foi o destino de 60 mulheres do setor agropecuário que participaram do 3º Tour Agroligadas, realizado entre os dias 10 e 12 de novembro. A iniciativa promoveu uma imersão inédita e estratégica, voltada à compreensão prática de como o agronegócio se articula politicamente e de que forma produtoras rurais podem se aproximar dos espaços de decisão na capital federal.

A presidente e fundadora do Movimento, Geni Schenkel, destacou a relevância da iniciativa. “Essa jornada nos proporcionou uma visão prática de como o setor se articula em Brasília e evidenciou o quanto a representatividade feminina é fundamental para levarmos novas pautas ao debate. Precisamos compreender como os projetos de lei são construídos, o papel de cada liderança política e a importância de estarmos próximas desses agentes, para que as decisões sejam mais assertivas e realmente conectadas à realidade do campo”, ressaltou.

A programação foi cuidadosamente planejada para unir aprendizado, inspiração e vivência prática. No primeiro dia, as participantes visitaram a Embrapa Cerrados, onde conheceram de perto o trabalho da instituição e acompanharam explicações técnicas nas áreas experimentais. Em seguida, seguiram para a Câmara dos Deputados, vivendo uma experiência única na Comissão de Agricultura (CAPADR), onde participaram de uma simulação de votação de um projeto de lei, entendendo na prática como ocorrem as articulações e decisões que impactam diretamente o setor agropecuário.

À noite, ocorreu a abertura oficial do evento no Instituto Pensar Agro (IPA), reunindo autoridades, patrocinadores e convidadas especiais, com destaque para a presença da senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, reforçando a importância da representatividade feminina nos espaços de decisão do agro.

No segundo dia, a programação foi dedicada à inovação e sustentabilidade, começando com um receptivo no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), onde as participantes foram recebidas pelo ministro Carlos Fávaro. Durante o encontro, representantes do Movimento Agroligadas apresentaram suas pautas prioritárias e dialogaram sobre estratégias para ampliar a participação das produtoras rurais nas decisões públicas, fortalecendo a conexão entre o setor produtivo e as políticas nacionais para o agro.

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Na sequência, as participantes seguiram para a visita técnica à Fazenda Pamplona, onde conheceram projetos voltados à sustentabilidade, economia circular, programas sociais e ao fortalecimento da liderança feminina no agro. Durante a imersão, puderam observar de perto o modelo de produção da propriedade, reconhecido pela excelente organização, gestão eficiente e atenção minuciosa a cada etapa da operação.

O dia foi encerrado na Villa Triacca, uma empresa familiar que administra cerca de 300 hectares de vinhedos e produz rótulos reconhecidos pela qualidade e pelo cuidado em cada etapa do processo. Ali, as participantes vivenciaram um momento especial de degustação, integração e confraternização, cercadas pelas paisagens do cerrado, uma experiência que reforçou conexões e fortaleceu os vínculos construídos ao longo do Tour.

Conexões

No último dia, a programação foi dedicada à conexão, representatividade e ao protagonismo feminino nas instituições do agro. As participantes vivenciaram uma imersão na ABRAPA, acompanhando de perto o trabalho técnico e estratégico que fortalece a cadeia do algodão no Brasil, incluindo uma visita ao Laboratório Central, onde puderam conhecer processos de análise, rastreabilidade e certificação.

Em seguida, as participantes prestigiaram o Talk Show “Conectar para Crescer: o Associativismo que Move a ABRAPA”, mediado por Silmara Ferraresi, gestora do movimento Sou de Algodão. O painel reuniu lideranças femininas de destaque, entre elas Ângela Pimenta Peres, diretora do Departamento de Promoção do Agronegócio (MAPA); Marcella Albanez, presidente do Women in Cotton Brasil; e Rafaela Albuquerque, gestora do Projeto Cotton Brazil (ApexBrasil). O encontro trouxe reflexões importantes sobre a presença das mulheres nas decisões estratégicas do agro, reforçando o valor da união, do associativismo e da representatividade feminina em toda a cadeia produtiva.

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Para Thays Felício, produtora rural, advogada e Coordenadora do Núcleo Agroligadas de Costa Rica (MS), a participação no Tour foi uma experiência transformadora. “Compartilhar vivências e trocar energia com outras mulheres do setor renova nossa motivação e fortalece nosso propósito. Aprofundar o entendimento sobre política e representatividade foi, sem dúvida, um dos pontos mais enriquecedores da jornada”, afirmou.

As irmãs Beatriz e Rafaela Fávaro, de Cuiabá (MT), participaram pela primeira vez do Tour Agroligadas e destacaram a força das conexões construídas ao longo da jornada. Beatriz compartilhou sua experiência. “Minha formação não é ligada ao agro, mas comecei a atuar com minha família na fazenda e senti a necessidade de aprender mais. O Tour foi uma oportunidade única de crescimento, e o que mais me marcou foram as conexões com mulheres que nos inspiram e nos impulsionam a seguir em frente”, disse.

Rafaela, jornalista e pecuarista, complementou. “A programação intensa me motivou desde o início. Mas o que realmente me tocou foi a troca genuína com outras mulheres do setor. O Tour superou todas as minhas expectativas e, sem dúvida, meu momento favorito foi a visita à Câmara dos Deputados’, afirmou.

O Tour foi encerrado em grande estilo, com um Sunset no Lago Paranoá, celebrando os aprendizados, as conexões construídas e o propósito que une todas as mulheres Agroligadas. Um momento simbólico que marca não apenas o fim da programação, mas o início de novas redes, ideias e caminhos para fortalecer ainda mais a presença feminina no agro.

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Confinamento bate recorde em MT; Imea projeta 928,7 mil cabeças em 2025

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Mato Grosso deve terminar 928.673 cabeças em confinamento em 2025, alta de 4,05% ante 2024. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) atribui o avanço à margem melhor do pecuarista, com boi gordo valorizando acima do milho e elevando a relação de troca para 5,52 sc/@.

O custo da diária para produção do animal ficou em R$ 13,79 no ano, aumento de 16,47% em relação ao ano passado, mas ainda abaixo dos picos de 2020/21. A combinação de custo controlado e receita maior ajudou a sustentar o aumento de volume.

“Nosso levantamento aponta o maior volume de confinamento dos últimos anos. Mesmo com a alta na diária, a relação boi/milho ficou mais favorável e recompôs a margem do confinador”, diz Milena Bezerra, analista de mercado pecuário do Imea.

A adesão ao sistema de confinamento recuou de 85,65% (2024) para 69,57% dos entrevistados em 2025. Ainda assim, o volume total cresceu porque quem permaneceu ampliou a escala. Entre os que não irão confinar, 72,73% operam estruturas de até 1.000 cabeças.

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“Vemos menos produtores confinando e mais escala por operação. Ganham espaço semiconfinamento (29,73%) e TIP (Terminação Intensiva a Pasto) (8,11%), que entregam resultados próximos ao cocho e ajudam a reduzir custo”, afirma Milena.

A região Oeste lidera a intenção de confinamento com 271.943 cabeças, seguido do Norte (195.945). Depois vêm Sudeste (145.292), Médio-Norte (109.906), Centro-Sul (95.427), Nordeste (55.559) e Noroeste (54.601).

Nos insumos da dieta, o farelo de algodão subiu 49,35%, o milho 33,98% e o DDG 20,33%. A demanda do etanol de milho pressionou o cereal, mas a troca mais favorável manteve a competitividade do confinamento.

A proteção de preços segue tímida, já 4,17% dos entrevistados usaram trava a termo e 3,79% recorreram à bolsa. O Imea observa espaço para ampliar o uso de hedge como ferramenta de previsibilidade de margem.

Os dados refletem a amostra de informantes do Imea no 3º Levantamento das Intenções de Confinamento de 2025, concluído em outubro, e não constituem censo estadual.

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